Nesta semana, a Secretaria de Segurança Pública do estado da Bahia (SSP/BA) divulgou que durante o mês de maio houve um aumento de 150% nas ocorrências de feminicídio, comparado ao mesmo período do ano anterior. Em maio de 2019, foram contabilizados seis assassinatos de mulheres, em 2020 os casos subiram para quinze, sendo que em todos as vítimas queriam o termino da relação.
Embora o número de crimes tenha aumentado, os registros de violência doméstica reduziram. Autoridades acreditam que as subnotificações estejam ligadas à pandemia do coronavírus. Confinadas em casa com seus agressores, as vítimas não conseguem buscar socorro.
De acordo com o Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Bahia é o segundo estado brasileiro no ranking de violência contra mulher, atrás apenas do Espirito Santo. No estado, o índice de homicídios entre as mulheres autodeclaradas pretas ou pardas (que compõe o grupo de negras) é de 5,9; entre as mulheres não negras a taxa é de 3,4.
A Defensoria Pública do Estado da Bahia – DPE/BA aproveitou a divulgação dos dados para reforçar a luta pelo registro de crimes de violência doméstica e familiar na Delegacia Digital da SSP/BA. Atualmente as vítimas precisam procurar uma delegacia especializada ou ter contato com agentes da polícia, o que dificulta a denúncia.
Através de nota publicada em seu site, Lívia Almeida, coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA, a possibilidade de registros de violência não deve mais ser adiada, sendo possível o registro de forma segura para ambas as partes.
“A Defensoria da Bahia é uma das principais portas para atendimento dessas mulheres. Estamos fazendo o atendimento sem a necessidade de registro de ocorrência em prol das mulheres, evitando o risco de contaminação e a revitimização, mas também em prol das profissionais de segurança pública, que tiveram seu quadro reduzido em Salvador. No entanto, a possibilidade de registros de violência doméstica pela Delegacia Digital é necessária e não pode mais ser adiada. O feminicídio é a última etapa do ciclo da violência, mas, antes dele, essa mulher já passou por todos os outros, desde a violência moral e psicológica a violência física”, afirma a defensora pública Lívia Almeida, coordenadora da Especializada de Direitos Humanos da DPE/BA.
Onde buscar ajuda
Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRAM)
Contato: (71) 3235-4268
Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública (Nudem)
Contato: (71) 3324-1587
Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher – (Gedem)
Contato: (71) 3321-1949
Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM)
Contato: (71) 3116-7000/7001/7002/7003/7004 (Engenho Velho)/ (71) 3117-8203 (Periperi)
Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar
Contato: (71) 3372-1867/1895
Defensoria Pública da Bahia – O contato pode ser feito por telefone (129 ou 0800 071 3121, para todo estado) e de forma virtual (agendamento on-line pelo site da Defensoria; pelo aplicativo Defensoria Bahia, apenas para sistemas Android). A página Defensoria Bahia, no Facebook, também disponibiliza atendimento – basta enviar uma mensagem e selecionar a opção 2 para ser direcionado ao Nudem.
Publicado em Noticias Preta